A Pfizer e a parceira BioNTech disseram nesta quinta-feira que assinaram um acordo com a Eurofarma Laboratorios SA do Brasil para fabricar sua vacina contra a Covid-19 para distribuição na América Latina.
A empresa brasileira começará a fabricar as doses prontas a partir de 2022. O acordo não cobre o complicado processo de produção de mRNA da substância medicamentosa que será feito nas instalações da Pfizer e da BioNTech nos Estados Unidos.
Em 2020, o governo Bolsonaro, que tentou tirar a credibilidade das vacinas, ignorou mais de 80 e-mails da Pfizer com propostas de vacinas no Brasil. O gerente-geral da Pfizer para América Latina disse, inclusive, em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado que, se o governo tivesse respondido logo, o Brasil poderia ter começado a vacinação ainda em 2020, sendo um dos primeiros do mundo na aplicação de doses.
A partir de 2022, com a nova fábrica no Brasil voltada para a América Latina, espera-se que a Eurofarma produza mais de 100 milhões de doses acabadas anualmente em plena capacidade operacional, disseram a Pfizer e a BioNTech.
“Em um momento tão difícil como este, poder compartilhar essa notícia nos enche de orgulho e esperança. A Eurofarma está prestes a completar 50 anos e a assinatura dessa colaboração na produção da vacina contra a covid-19 representa mais um marco em nossa trajetória. Estamos disponibilizando nossos melhores recursos em capacidade industrial, tecnologia e qualidade para este projeto, para que possamos cumprir o contrato com excelência e contribuir com o abastecimento do mercado latino-americano ”, disse Maurizio Billi, presidente da Eurofarma, em um comunicado.
A Pfizer e a BioNTech já produziram 1,3 bilhão de doses de sua vacina de duas doses em todo o mundo e pretendem entregar 3 bilhões até o final deste ano.
Em nota divulgada pela empresa, o CEO da Pfizer, Albert Bourla afirmou que todos – independentemente da condição financeira, etnia, religião ou geografia — merecem acesso às vacinas contra a covid-19 que salvam vidas.
Esta será a terceira vacina com processos de fabricação em território nacional. A Coronavac, da farmacêutica chinesa Sinovac, tem atualmente suas partes finais de produção no Instituto Butantan, em São Paulo. Já a vacina da AstraZeneca, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, terá suas doses totalmente produzas no Brasil pela Fiocruz, no Rio de Janeiro, nos próximos meses.
O comunicado não explica se o acordo vai permitir que o Brasil tenha mais vacinas disponíveis em 2022. Segundo as empresas, as atividades de transferência técnica, desenvolvimento no local e instalação de equipamentos começarão imediatamente. A assessoria da Eurofarma confirmou que a produção das vacinas será feita no estado de São Paulo.
A vacina da Pfizer/BioNTech foi a primeira a obter registro definitivo no Brasil e é única autorizada para adolescentes de 12 a 17 anos. Segundo dados do Localiza-SUS, já foram aplicadas mais de 30 milhões de doses do imunizante no país.
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