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Poetisa Elenilda Amaral é vítima de machismo e poetas e fãs fazem campanha contra machismo na poesia; confira e participe!



A poetisa, Elenilda Amaral muito conhecida em Afogados da Ingazeira e região está sendo alvo de machismo por um outro poeta da região, quem diria? 

O poeta Iranildo Marques iniciou um mote onde afirmava que não havia machismo na poesia. A professora e poetisa, Elenilda, questionou o posicionamento infeliz do poeta e começou a ser alvo de ofensas.

Confira abaixo o comentário de Elenilda Amaral e em seguida o de Iranildo:

“É interessante a postura do cidadão de se achar no direito de negar algo que existe, baseado simplesmente na sua vida pessoal e em meia dúzia de opiniões iguais a sua. O que vejo é um discurso vazio, agressivo e opressor que visa apenas atingir um movimento democrático e voluntário que é o cordel sem machismo. O poeta aí simplesmente acha que só por que abre espaço para participação da mulher pode negar que existe machismo. Eu já fui vítima de vários episódios machistas dentro de eventos de poesia, dentro de espaços iguais aos que ele se refere. Abrir espaço é totalmente diferente de abrir a cabeça meu caro. Quem tem que falar se existe ou não machismo somos nós que fomos e ainda somos vítimas diariamente. E a vocês mulheres que gozam no mote, todo meu respeito, mas aconselho que saiam de seu quadradinho particular, ouçam a voz das mulheres que estão bradando por uma causa. Se vocês nunca foram vítimas do machismo, não tornem sua vivência particular em uma verdade absoluta, enxergue além de seu mundo confortável. O cidadão menciona que quer nomes, se fosse pra dá nomes eu teria uma listinha, mas nossa luta é baseada num ideal, combatemos ideias e não pessoas. Não vamos sair por aí apontando pessoas, nossa luta não se rebaixa a isso. Outra coisa, sugiro que leia, estude, se informe das coisas do mundo. Sugiro ao nobre poeta, que quando desejar falar de machismo chame pra um debate quem possui propriedade de fala sobre o tema. Discursos rasos são intoleráveis! Um homem falar que não existe machismo é a mesma coisa de um lobo dizer que não gosta de ovelhas!”, escreveu Elenilda no comentário da postagem.

No print abaixo você lê o que ele replicou:



Mas observe no print do vídeo dele onde diz: "A MULHER NÃO É MAIS DISCRIMINADA NO CORDEL, NÃO EXISTE ESSE MACHISMO!". Agora fica a pergunta: e ele dizer que vai procurar o marido dela pra saber se ele concorda com o posicionamento dela é o que se não for machismo? Mulher precisa mesmo da autorização do marido para se defender ou expor sua opinião? 

Em seguida uma campanha com assinaturas e uma nota de repúdio em favor de Elenilda foram criadas. Confira abaixo o texto e as pessoas que estão ao lado de Elenilda Amaral: 

"NOTA DE REPÚDIO CONTRA MACHISMO NO CORDEL E NA POESIA DO PAJEÚ

Não é segredo para ninguém que historicamente a mulher sempre sofreu com o machismo estrutural nas diversas esferas da sociedade, tendo seus direitos negados. Atualmente, ainda persevera muito esse comportamento opressor e repressivo, que geralmente leva a um ciclo de violência e morte. Não é a toa que vivemos em um país com altíssimos índices de violência contra a mulher e feminicídio. 

No universo da poesia, infelizmente, a presença do machismo não é diferente. Ainda tem sido desafiante para as mulheres que militam nesse universo, que ainda sofrem resistência à aceitação feminina, preconceito sentido na pele pelas mulheres poetisas. Em diversas situações as mulheres poetisas são vistas como invasoras, ocupando um espaço que para muitos retrógrados deveria ser unicamente masculino.

Nessa seara do preconceito, os movimentos feministas em prol da participação com equidade da mulher no cordel e na poesia em suas variadas modalidades são erroneamente interpretados e tidos como afrontas aos direitos dos homens, sendo atacados e injuriados por pessoas incapazes de aceitar que as mulheres são independentes, talentosas e capazes, e que a sociedade precisa evoluir.

Felizmente, apesar do preconceito ainda gritante e muitas vezes exposto abertamente, as mulheres poetisas e cordelistas já venceram muitas barreiras e vêm ocupando espaços importantes, conquistados por direito, com talento e dedicação. Talvez seja esse o motivo para a inquietação daqueles que insistem em negar o machismo imposto às mulheres historicamente. 

O que nos alegra é saber que o universo da poesia e do cordel tem mais pessoas sensatas que retrógradas. Apesar de alguns insistirem em atacar e menosprezar as mulheres, chegando a fazer intimidações na internet, temos muitos homens que apoiam e fortalecem a caminhada feminina, incentivando, respeitando e fortalecendo as mulheres enquanto protagonistas.

Infelizmente, todo o esforço das mulheres ainda não tem sido suficiente e  é preciso que haja uma evolução de conceitos, por isso apostamos no caminho da educação e do respeito, para que essas grades sejam rompidas definitivamente.

Repudiamos qualquer atitude de preconceito, intimidação e desrespeito às mulheres poetisas e cordelistas, assim como a qualquer mulher de nossa sociedade. O machismo é um ranço que precisa ser combatido todos os dias, não negado. Negar que ele existe só o fortalece. A poesia e o cordel não têm espaço para quem não respeita as mulheres. 

Atenciosamente:

Henrique Brandão 
Vinícius Gregório 
Alexandre Morais 
Isabeli Moreira 
Erivoneide Amaral
Tainara Queiroz 
Dayane Rocha
Thiago Gomes
Elenilda Amaral
Henrique Magno Oliveira de Brito
Roberto Barbosa
Micaeli Souza
Ana Clara Menezes 
Francisca Araújo 
Kamila Leite 
Jorge Filó
Thiago Késsio
Repentista Jeferson Silva
Daniela Cristóvão
Monique D'Angelo
Jerffeson do Afogados Conectado
Milene Augusto
Eriberta leite
Naldeane Barros
Daniela Bento Alexandre 
Veronica sobral
Sara Cristóvão
Welington Rocha
Daniela Galdino
Maria Laura
Érica Pereira
Maria Dulcileide
Henrique Rocha
Ivanildo Lira
Alecsandra Barros Ramalho
Jadson Lima
Nill Júnior"

Participe do abaixo assinado se você é contra o machismo na poesia AQUI

Elenilda é uma mulher guerreira, mãe, professora, já apresentou seus trabalhos como poetisa em todo o país e merece o mínimo de respeito possível. Respeitem as mulheres! 

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